Quase todos os povos da Antiguidade desenvolvem religiões politeístas.
Os seus deuses podem ter diferentes nomes, funções ou grau de importância ao longo dos tempos. Em geral, as mudanças nos panteões de deuses refletem movimentos internos dos povos antigos, processos migratórios, conquistas e miscigenações.
Pensando nisto resolvi criar uma série de estudos chamados “As Antigas Religiões” onde cada semana iremos discutir sobre uma diferente.
Quando falamos de antigas religiões logo vem à cabeça o povo que trouxe para nós a alquimia e quase tudo que existe se tratando de religião e conhecimentos místicos, estamos falando do Egito.
Religiões do Egito
O Egito é considerado uma das civilizações antigas mais preocupada com as questões espirituais. Até a unificação dos povos do vale do rio Nilo e o surgimento das dinastias dos faraós (3.000 a.C.), existem no Egito vários grupos autónomos, com os seus próprios deuses e cultos. Durante o período dinástico (até 332 a.C.) os egípcios são politeístas. Os faraós são considerados personificações de deuses e os sacerdotes constituem uma casta culta e de grande poder político. O monoteísmo acontece apenas durante o reinado do faraó Amenofis IV, que muda o seu nome para Akenaton, em homenagem ao deus-sol. As pirâmides e os templos são alguns dos registos da religiosidade do povo egípcio, da multiplicidade de seus deuses e do esplendor de seus cultos.
Divindades egípcias – A principal divindade é o deus-sol (Rá). Ele tem vários nomes e é representado por diferentes símbolos: Atom, o disco solar; Horus, o Sol nascente. Os antigos deuses locais permanecem, mas em segundo plano, e as diferentes cidades mantêm as suas divindades protetoras. Várias divindades egípcias são simbolizadas por animais: Anúbis, deus dos mortos, é o chacal; Hator, deusa do amor e da alegria, é a vaca; Khnum, deus das fontes do Nilo, é o carneiro e Sekmet, deusa da violência e das epidemias, é a leoa. Nas últimas dinastias difunde-se o culto a Ísis, deusa da fecundidade da natureza, e Osíris, deus da agricultura, que ensina as leis aos homens.
A religião no Antigo Egito era indissociável da vida política e da rotina dos egípcios. Tudo era uma expressão da vontade divina e os faraós eram sempre reverenciados como deuses encarnados. O caráter elitista da espiritualidade praticada pelos sacerdotes, restrita e iniciática, distante do povo, permitia a este cultuar outros deuses e exercitar outras práticas, o que incrementa a qualidade politeísta da religião do Egito. Atualmente, os egípcios se converteram ao Islamismo, embora os conhecimentos ancestrais estejam presentes, de alguma forma, no exercício das religiões modernas, propiciando a este povo uma maior percepção das realidades espirituais.