A religião pagã Wicca é maravilhosa, e essa religião se dedica totalmente ao conhecimento da espiritualidade a partir dos estudos dos ciclos da natureza e da psique humana.
Na wicca os integrantes do coven adoram duas divindades como princípios físicos e espirituais femininos e masculinos que interagem com a natureza e celebra os ciclos da vida e as festividades sazonais conhecidos como sabás (ou calendário Roda do Ano), que são comemorados oito vezes por ano.
Estas festividades quase desapareceram por completo durante o período da Idade Média.
Alex Sanders é uma autoridade neste tema e se refere a wicca como uma religião natural e a mais antiga do mundo.
A wicca foi muitas das vezes referida como Witchcraft ou somente The Craft por seus praticantes, os wiccanos ou bruxos como também gostam de serem chamados.
Suas origens são geralmente ligadas a Inglaterra no início do século XX, mas como sabemos foi popularizada na década de 1950 pelo escritor e antropólogo amador Gerald Gardiner, quechamava a religião naquela época de Culto às Bruxas e Bruxaria, e os seguidores desse culto a chamavam de a Wicca, bruxaria também seria uma palavra mais abrangente e mais ampla de práticas mágicas do que a religião wiccana.
E a partir da década de 1960 o nome wicca foi um termo mas normalizado para esse culto.
Os wiccanos também podem praticar bruxaria natural, ou vários tipos diferentes de bruxaria no entanto muitos dos seus praticantes a usam para o bem próprio e de outros a sua volta, sendo assim fazem feitiços ou práticas que ajudam as pessoas, plantas e animais.
Contudo muitos wiccanos não praticam bruxaria, ou se fazem é mais ligado a práticas ritualísticas dos festivais sazonais que como vimos se chamam de sabbats, que são os festivais de adoração do Deus e da Deusa.
A wicca é uma religião politeísta, e seu culto é basicamente dualista, que crê tradicionalmente na poderosa Deusa Tríplice, e no Deus Cornífero, ou Deus de Chifres, que também é representado pelo Sol e seus ciclos, e também pelos animais e a “Deusa” que é representada pela Lua e pela Terra e seus ciclos.
A celebração wiccana acontece em cada passagem dos ciclos da natureza, ou seja, na passagem das quatro estações do ano, e entre elas também, abordando uma história linda sobre suas divindades adoradas, enfatizando o nascimento, a morte e o renascimento.
Os wiccanos, como são chamados os praticantes desta religião, realizam diversos rituais, cada um é realizado conforme a situação.
Pode ser citado o ritual que ocorre em noites de lua cheia e aos Sabás (Assembleia secreta de bruxos e bruxas que, segundo superstição medieval, se reunia no sábado, à meia-noite, sob a presidência do Diabo [Definição retirada do Dicionário Aurélio]) realizado em diferentes localidades como em bosques, apartamentos e quintais; em grupos, para equilibrar energias e cultuar a Deusa.
Outro que ocorre com frequência é o Wiccaning, cerimônia que pede às divindades que proteja as crianças desde o momento do nascimento, essa cerimonia é uma apresentação da criança aos deuses.
É uma cerimônia semelhante ao batismo das religiões do cristianismo, mas diferem-se no comportamento dos pais de comprometer a criança de seguir a religião por toda a vida ou não.
Na Wicca, os pais dão liberdade aos filhos na fase adulta para decidirem a religião que vão seguir.
Os rituais wiccanos são realizados no interior de um círculo mágico com a utilização de instrumentos de altar como vassouras, cálices, caldeirões e outros.
O símbolo mais utilizado é o pentáculo, que representa os cinco elementos componentes da natureza.
Este pentáculo representa o ar, fogo, agua, terra e espirito ou eter, e cada elemento possui uma ferramenta mágica exclusiva para fazer os trabalhos mágicos e os rituais, sendo a varinha para o fogo, o athame para o ar, o cálice para a água, o pentáculo para a terra, e o próprio círculo magico ou caldeirão mágico para o espírito.
Cada um dos Cinco Elementos são representados por cada ponta do pentagrama, o símbolo mais utilizado da Wicca, com o Éter (ou o Espírito) no ponto mais alto.
História
A wicca teve sua origem em meados dos anos 1921 e 1959, desde meados do século XX a bruxaria se tornou a autodesignação de umas das subculturas do neopaganismo, especialmente essa que estamos falando neste post, a tradição Wicca, cujo seu fundador pioneiro foi Gerald Gardner.
Este pioneiro chamado Gardner veio afirmar em seu livro The Meanin of Witchcraft, que não sabia a origem do ofício e das práticas, então utilizou uma hipótese do culto bruxo como uma das possíveis explicações sobre sua origem.
Wicca e Margaret Murray
Então na década de 1920 e na década de 1930, a doutora Margaret Murray e egiptóloga publicou diversos livros influentes que detalhavam suas teorias de que as possíveis bruxas e bruxos caçados durante a idade média não eram como alegavam os cristãos, seus perseguidores.
Pois se diziam que os bruxos e bruxas eram adeptos do satanismo, então em suas teorias ela provava que eram somente simpatizantes de uma religião pagã pré-cristã e que adoravam um deus cornífero, chamado de o Culto do Bruxo
Antes mesmo de Murray, alguns estudiosos também já escreviam sobre o assunto, nomes como Girolamo Tartarotti, Matilda Joslyn Gage, Jacob Grimm, Karl Pearson, Jules Michelet e Charles Leland já escreviam linhas ou livros inteiros sobre o contraste entre as duas religiões na Idade Média e Renascimento.
Hoje em dia a pesquisa histórica tem se aprofundado e desacreditado de Murray, teorias dela foram muito bem aceitas, e apoiadas naquela época.
Por volta de 1930, apareceu uma das primeiras evidências de uma possível pratica pagã da bruxaria na Inglaterra, o que hoje nós reconhecemos como Wicca.
Vários grupos em todo o país, e em alguns lugares como Norfolk e Cheshire se autoproclamaram como continuadores da antiga tradição do Culto das bruxas de Murray, embora estivessem abertos a algumas influências de varias outras fontes como a própria Magia Cerimonial, Maçonaria, Teosofia, Romantismo, Druidismo, mitologia clássica e algumas religiões asiáticas também.
Wicca Gardineriana
O termo Bruxaria tornou-se mais relevante, no entanto, na década de 1950 com a revogação da Lei da Feitiçaria de 1735, onde diversas figuras importante como Charles Cardell, Cecil Williamson e de novo Gerald Gardner, começaram a propagar suas próprias versões do ofício da bruxaria.
Gardner foi iniciado no New Forest coven pro volta de 1939, antes de formar sua própria tradição, e mais tarde fora chamada de Gardnerianismo.
Sua tradição, auxiliada por sua Alta Sacerdotisa Doreen Valiente, que também é um dos grandes nomes da Wicca, publicaram o livro A Bruxaria Hoje em 1954, e O sentido da Bruxaria em 1959, logo se tornou uma tradição dominante no país, e se espalhou para outras regiões das Ilhas Britânicas.
Wicca e Thelema
Existem alguns boatos de que o verdadeiro autor por detrás dos escritos de Gerald Gardner, possa ter sido o mago inglês Aleister Crowley.
Porem, não existem evidências que deem sustentação a esta teoria, mas os textos aprecem bastante com os escritos do Crowley.
Por outro lado também Gardner não foi apenas um membro iniciado no VII° da Ordo Templi Orientis, que foi uma ordem liderada e reformada por Crowley de uma academia maçônica para uma organização totalmente independente seguidora da filosofia que Crowley criou chamada de Thelema, mas também recebeu autorização para liderar os trabalhos da Ordem na Inglaterra.
Com isto podemos perceber uma herança thelemica dentro da Wicca, O postulado “faz o que tu queres desde que não faça mal a ninguém” é facilmente percebido como uma pequena adaptação do postulado da Lei de Thelema que é Faça o que tu queres será o todo da Lei.”
Fora isso, trechos de rituais da Wicca Gardneriana também são muito semelhantes aos textos de Thelema, quase cópias literais dos ritos thelemicos.
Programação da wicca sua adaptação
Quando Gardner veio a falecer em 1964, o Ofício continuou crescendo bastante de forma inabalável apesar de muito sensacionalismo e de diversas opiniões negativas que foram publicadas pelos tablodes britânicos, e com variadas tradições novas surgindo e propagandas por figuras como Alex Sander, Sybil Leek e Robert Concharne, o criador da Tradição de Bruxaria Alexandrina, que baseada no Gardnerianismo, muito baseado também n a magia cerimonial, espalhou-se muito rapidamente e ganhou muita atenção nas mídias daquela época.
O termo Wicca nesta época começou a ser adotado ao lado do termo Bruxaria também e suas crenças e tradições exprotadas para diversos países como Austrália e os Estados unidos.
Outras tradições
Então foi nos Estados Unidos e na Austrália que tradições novas da Wicca começaram a surgir, muitas das vezes eram baseadas em folk das regiões, e outras vezes misturadas com uma estrutura bem básica da Wicca Gardneriana, gerando assim diversas formas de tradições wiccanas, como o Dianismo de Zsuzsanna Budapest, e cada uma delas ainda enfatizando aspectos diferentes do ofício.
Então nos anos 70, a literatura Wiccana também cresceu um pouco mais, e foram publicados diversos livros ensinando as pessoas a se tornarem bruxos sem iniciações formais, assim começaram a ser publicados em grande escala pelo mundo, como Mastering Witchcraft em 1970 de Paul hudson, que se trata de um manual “faça você mesmo”, que se tornou muito famoso e acabou influenciando diversos novos bruxos.
Publicações
Livro semelhantes a este foram publicados em grandes quantidades dos anos 80 aos anos90, com autoria de nomes citados bem no inicio deste artigos, e são nomes importantes até os dias de hoje como,
Doreen Valiente, Janet Farrar, Stewart Farrar e Scott Cunningham, que popularizaram a ideia da auto iniciação ao Ofício como o seu Wicca, Um Ghia Para o Praticante Solitário de 1988, como um trabalho de wicca para iniciantes
Nos anos 90, a pequena quantidade pioneiras comunidades wiccanas aqui no Brasil procuravam se manterem solidas em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, onde procuravam fazer conexões com diversos associações na Europa a fim de poder regulamentar a religião Wicca aqui no nosso país.
E então a Wicca e a Bruxaria em geral foi crescendo expressivamente no Brasil, muito especialmente em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, nos dias atuais.
O primeiro livro traduzido para o nosso português trazendo o temor wiccaniano foi Wicca: A feitiçaria Moderna de Gerina Dunwich. Logo depois, outros livros foram traduzidos e passaram a utilizar o termo “wiccano” como uma semelhança para a palavra ingles “wiccan”, que é o termo usado para designar um adepto da religião Wicca na Inglaterra.
Em 1990, quando cada vez mais a Bruxaria ganhava novos participantes, surgiram filmes como Jovens Bruxas em 1996, dirigido por Andrew Flemin, e seriados como Charmed (1998-2006), introduzindo aos jovens uma ideia de religião bruxa.
Mas, criticando a forma como a Wicca veio sendo encarada desde então, como moda, como ecletismo, e sendo engajada em movimentos como a Nova Era, muitos bruxos, notavelmente Andrew Chumbley, voltaram-se para a antiga tradição de Gardner, como uma forma de “levar a sério” o Ofício.
